A última década trouxe importantes avanços para os grupos
tradicionalmente excluídos do País, como negros, analfabetos,
nordestinos, moradores do campo e crianças. Foi justamente nestes grupos
que o Brasil registrou os maiores crescimentos de renda entre 2001 e
2011, comportamento que pode ser explicado por fatores como o
crescimento da economia e do emprego formal e a criação de programas
como o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria.
Com isso, a
desigualdade de renda no País atingiu seu menor nível desde os registros
nacionais iniciados em 1960, mas ainda permanece entre as dez mais
altas do mundo.
Para se ter uma ideia, no período em questão, a
renda per capita dos 10% mais ricos do Brasil cresceu 16,6%, enquanto a
renda dos mais pobres registrou expansão de 91,2% no período. Isso
significa dizer que a renda dos 10% da população mais pobre cresceu 550%
mais rápido que a dos 10% mais ricos. A mediana de renda no Brasil
cresceu 63,61%, quase duas vezes mais rápido que os 32,2% da média de
renda na década passada.
No Nordeste, a renda cresceu 72,8% entre
2001 e 2011, contra 45,8% do Sudeste. A renda também cresceu mais nas
áreas rurais pobres, 85,5%, contra 40,5% nas metrópoles e 57,5% nas
demais cidades.
No caso das pessoas que vivem em famílias
chefiadas por analfabetos, a renda subiu 88,6%. Por outro lado, houve um
decréscimo de 11,1% daquelas cujas pessoas de referência possuem 12 ou
mais anos de estudo completos. A renda daqueles que se identificam como
pretos e pardos também apresentou uma expansão maior: 66,3% e 85,5%,
respectivamente, contra 47,6% dos brancos. Já a renda das crianças de 0 a
4 anos subiu 61%, contra 47,6% daqueles de 55 a 59 anos.
Dados do Ipea
As
informações fazem parte do estudo "A Década Inclusiva (2001-2011):
Desigualdade, Pobreza e Políticas de Renda", divulgado ontem pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Este é o primeiro
documento lançado após a mudança de direção no órgão, que agora tem como
presidente o economista Marcelo Néri.
O estudo leva em conta os
dados da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
fonte: Diário do Nordeste.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
DN: Desigualdade é a menor da história
09:51
Ricardo Rebouças.
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